Ainda que façamos uma condução atenta e cuidada, os acidentes acontecem, mas saberá o que fazer nos minutos que se seguem a estes infelizes imprevistos? Ao longo deste artigo vamos dar-lhe a conhecer as principias causas dos acidentes de carro em Portugal e o que fazer quando eles acontecem. Venha conduzir em segurança!
De acordo com a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), as colisões entre veículos são o maior tipo de acidente de carro em Portugal representando 52,5% do total de acidentes, 39,1% das vítimas mortais e 43,8% dos feridos graves.
Em segundo lugar nesta lista negra encontramos os despistes que representam 34,8% do total de acidentes e é a principal natureza de acidente na origem das vítimas mortais (48,4% do total) e, a fechar este pódio ingrato, seguem os atropelamentos com uma taxa de 12,7%.
Na base deste tipo de acidentes de carro estão fatores da mais diversa ordem, como é o caso do excesso de velocidade, condução sob o efeito do álcool, utilização do telemóvel em condução, falta de manutenção do carro ou as más condições da estrada.
Estes números podiam, contudo, ser maiores, não fossem as várias campanhas de consciencialização realizadas por entidades como a ANSR ou a PRP (Prevenção Rodoviária Portuguesa) e o contributo dado pelos mais variados construtores automóveis no mercado que têm trabalhado para que os carros venham equipados com a melhor tecnologia em termos de segurança.
Veja-se, por exemplo, o caso da SEAT que tem vindo a realizar uma forte aposta na segurança dos novos modelos Ibiza, Arona, Leon, Leon Sportstourer, Ateca e Tarraco onde os automobilistas poderão encontrar, entre outras tecnologias, detetores de fadiga que emitem um aviso sonoro para o alertarem de que tem de parar para descansar, um Cruise Control Adaptativo que vai ajustar a velocidade do seu carro para manter uma distância sempre segura do veículo que circula à sua frente, um Assistente de Faixa de Rodagem que o vai ajudar a manter-se na sua faixa, um assistente de máximos e airbags.
Diminuir a incidência de acidentes rodoviários está nas mãos de todos, construtores de automóveis, entidades governamentais e, sobretudo, condutores que devem pautar a sua conduta na estrada por uma condução defensiva e atenta. Se conduzir não beba, não fale ao telemóvel, tenha o seu seguro automóvel e as inspeções periódicas sempre em dia e faça a manutenção do seu automóvel tendo em particular atenção o estado dos pneus, travões e luzes de sinalização.
Mesmo que cumpra com estas boas práticas de condução, os acidentes de carro acontecem e é importante saber o que fazer nesses momentos.
Não há acidentes iguais e nem todas as pessoas conseguem manter a calma numa situação do género, mas há algo que deve fazer sempre que se veja envolvido num acidente de carro: manter a calma e evitar conflitos com os outros condutores ou passageiros.
Esta deverá ser sempre a base de ação num pós-acidente e antes de passar a outras questões de índole mais técnica, como a sinalização da viatura e a participação do acidente à seguradora.
Assim, quando sofrer um acidente, deve:
• Avaliar o seu estado físico e o dos passageiros do seu carro
Antes de partir para uma avaliação mais profunda do que aconteceu, a primeira coisa a fazer é assegurar-se de que todas as pessoas envolvidas no acidente estão bem. Caso existam sinais de lesões corporais, ligue imediatamente para o 112.
• Sair do carro e vestir o colete refletor
Depois de se assegurar que todos os ocupantes do seu carro se encontram em bom estado físico, verifique se os peões e/ou ocupantes da outra viatura (no caso de um acidente envolvendo terceiros) precisam de assistência médica. Lembre-se de que caso existam feridos, não deve tentar movê-los.
Ao sair do carro deve vestir o colete refletor. Deve aproveitar este momento para fazer uma análise dos danos materiais na viatura e chamar os bombeiros e as autoridades policiais.
• Sinalizar o carro
Já com o colete vestido, deve sinalizar o acidente de carro com o triângulo de emergência que estará na mala do seu carro e que deve posicionar a uma distância de 30 metros.
• Anotar informação relevante
Por informação relevante entenda-se:
- matrícula e marca dos carros envolvidos;
- data, hora e local do acidente;
- nome dos condutores;
- nome da seguradora e número da apólice de seguro de cada viatura envolvida.
Atenção, se a outra ou outras viaturas envolvidas no acidente não tiver seguro, deve chamar de imediato a polícia.
Além destas informações, deve ainda procurar perceber se existem testemunhas do acidente e, em caso positivo, ficar com os seus nomes e contactos, uma vez que pode vir a ser útil se tiver de resolver contendas relativas à responsabilidade do acidente em tribunal.
• Preencher a Declaração Amigável de Acidente Automóvel (DAAA)
Caso a responsabilidade do acidente seja evidente e não surjam discussões, o passo seguinte deve ser o preenchimento da sua Declaração Amigável de Acidente Automóvel (DAAA).
As partes envolvidas no acidente devem assinar esta declaração, mas só, atenção, se estiverem em acordo sobre a forma como decorreu o acidente e de quem é a responsabilidade do mesmo. Após a assinatura, cada um deles deve ficar com um exemplar da declaração.
Se, por alguma razão, as partes não conseguirem chegar a acordo, cada um dos condutores deve preencher a sua respetiva DCAA e anexar fotografias do local do acidente de carro e danos materiais e enviá-los a mesma à seguradora do outro condutor. A decisão sobre a responsabilidade do acidente ficará, então, a cargo das seguradoras.
• Fazer a participação à sua seguradora
Após estas ações, a última coisa a fazer é participar, no prazo de 8 dias, o acidente rodoviário à sua seguradora enviando, para o efeito, a sua DCAA assinada e, quando aplicável, do auto da polícia.
Fontes: ACP, e-konomista, Deco Proteste.