De acordo com o Decreto-Lei n.º 291/2007, todos os carros são obrigados a ter seguro para circularem. Este seguro de carros visa assegurar o pagamento de indeminizações por eventuais danos materiais e físicos causados às pessoas transportadas no veículo e a terceiros (peões, por exemplo) em caso de acidente.
O seguro para carros, segundo a lei, tem de oferecer coberturas que oscilam entre os 6 450 000€ para danos físicos causados por acidente e os 1 300 000€ para danos materiais, valores que são alvo de revisão de cinco anos.
Contratar um seguro para carros é, assim, um ato não só obrigatório, como também cívico, mas tenha em mente que o preço dos seguros existentes no mercado varia em função de fatores tão diversos.
Quanto mais velho for um carro, o seguro tenderá a ser mais caro, uma vez que viaturas mais antigas apresentam um maior risco para as seguradoras, seja pelo desgaste que apresentam, seja por já não cumprirem com alguns requisitos de segurança (ausência de cintos de segurança nos bancos traseiros, por exemplo).
Contudo, apesar dos carros novos ou recentes apresentarem, por norma, um valor de seguro de carros menor, isto pode não se aplicar a todos os segmentos, especialmente aos de luxo.
Imagine que troca o seu SEAT Toledo dos anos 90 por um Ibiza, Arona, Leon, Leon Sportstourer, Ateca ou Tarraco que, entre outras coisas, vêm equipados com assistentes de faixa de rodagem, detetores de fadiga, assistentes laterais e sistemas de navegação, que tornam qualquer viagem mais segura e confortável.
Dada a maior segurança e resistência do chassis destes novos modelos, os riscos de acidente ou danos decorrentes são menores, logo o valor do seguro a pagar será menor do que se trocasse um carro antigo por outro semelhante.
Outro dos fatores que influencia o valor do seguro do carro é o preço de venda ao público da viatura. Carros mais caros, isto é, de gamas mais altas têm, por norma, seguros mais altos. Isto acontece porque, em caso de acidente, as indemnizações por danos materiais serão mais elevadas.
Carros mais potentes têm preços de seguro mais elevados.
Tal como acontece com a potência, se um carro apresentar uma alta cilindrada terá de pagar um valor de seguro de carro sensivelmente superior a um carro mais familiar ou utilitário.
Para as seguradoras, a experiência é um posto, e isto reflete-se no valor a pagar por um seguro de carros. Assim, quanto mais jovem um condutor, maior será a probabilidade de sofrer um acidente e também maior será o valor de seguro a pagar.
A idade pode ter uma influência menor no preço do seguro de carro dependendo do número de anos de carta que o segurado tiver. Neste caso, a lógica é a mesma aplicada no ponto anterior, quanto mais anos de carta o condutor tiver, menor será o valor a pagar.
O respeito pelo Código da Estrada significa mais segurança e menos contraordenações, mas também um valor de seguro de carro menor. Caso o segurado tenha um longo histórico de infrações ao Código, a seguradora vê-lo-á como um segurado de risco e apresentar-lhe-á um prémio de seguro mais caro.
Tal como acontece com as infrações ao Código da Estrada, a seguradora irá verificar todo o histórico de acidentes do segurado e, face à maior ou menor propensão deste para acidentes, oferecer-lhe-á um seguro de carro mais elevado (no caso de já ter tido acidentes) ou mais barato (caso tenha um histórico limpo).
Quando alguém contrata um seguro pode escolher a franquia, isto é, o valor máximo de despesa em caso de acidente que o segurado assume como suas. Por exemplo, se alguém contrata um seguro com uma franquia de 1000 euros, isto significa que o segurado assume os danos que tiver no seu carro decorrentes de um acidente num valor até 1000 euros. Se o valor da reparação ultrapassar este valor, a seguradora assegura o pagamento do montante em falta.
Isto faz com que, quanto mais baixa for a franquia, mais alto será o valor a pagar pelo seguro e vice-versa.
A qualidade e orografia das estradas de uma determinada região têm influência na segurança da condução e na taxa de sinistralidade, taxa essa que vai acabar por ter peso na definição do valor a pagar de seguro.
Assim, com base nos Relatórios de Sinistralidade da ANSR (Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária), a seguradora vai perceber se a zona de onde provém o segurado é mais ou menos propensa a acidentes e definir o valor a pagar em função disto, o que significa que se vem de uma zona onde há uma alta taxa de sinistralidade, terá de pagar um valor de seguro maior enquanto se a sua zona de residência apresentar uma baixa taxa de sinistralidade rodoviária, irá acabar por pagar menos de seguro.
Fontes: ASF - Autoridade de Supervisão de Seguros, ACP